domingo, 25 de maio de 2008

Casa de ferreiro, espeto é de pau.

Hoje, eu realmente entendo porque se conselho fosse bom, não era de graça.

A Carol está passando por uma situação delicada; e eu, por uma nova.
Apesar das diferenças - que são grotescas - o sentimento que dá medo é o mesmo: deixar-se levar.

Eu nunca tive esse problema. Era aparecer uma situação nova e lá estava a Priscilla descendo pelo escorregador com os braços no ar e sorriso no rosto sem se dar conta. Talvez seja essa a diferença que as malditas cicatrizes de batalha fazem: agora, eu percebo quando estou na frente do escorregador. E eu fico ali na frente. Durinha da silva. Olhando aquele escorregador e lembrando de todas as vezes que eu escorreguei e de todas as vezes que a queda ou a saída dele não foi lá muito divertida. Na seqüência, vem a lembrança de me ver subindo de novo e de novo e de novo. E caindo. E saindo. E subindo de novo.

Dizem que é essa a bênção de ser mulher: o dom da volta por cima. Mulher vai lá no fundo do poço, incomoda as amigas com seus problemas (que podem ser pequeninos, mas, pra ela, é o fim do mundo). Até que um dia ela levanta do sofá, sacode a poeira e se vê pronta pra mais uma escorregada.
A grande questão agora é: por que diabos eu não consigo sair do lugar?

Depois do furacão, eu percebi que estava me fechando pro mundo. E eu sei pela vida de tanta gente que isso é muito ruim e eu sei que isso é muito diferente de mim. Eu simplesmente não sou assim. Sou uma menina expansiva, comunicativa.
No fim, o que me restou foi um grande dilema. Isso sim.
E é o que ainda reside.

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