sexta-feira, 24 de abril de 2009

Amor incondicional

Todo mundo sabe (pelo menos deveria) que eu tenho um sobrinho. Eu o amo desde que a única notícia que eu tinha era um SMS da minha irmã enviado às 4 da madrugada dizendo que estava grávida. Pra mim, não importava o sexo. Eu já amava aquela pessoinha e a meu maior medo era que ele não me reconhecesse, já que Flávia, minha irmã, e eu moramos em estados diferentes. Uma das minhas maiores alegrias foi um dia que fui fazer não sei o que na cidade que minha irmã mora e, ao entrar no carro, meu sobrinho, já com um ano e meio, claramente me reconheceu, sorriu pra mim e, durante todo o trajeto do aeroporto pra casa, ele ficou agarrando meu dedo. Valeu ouro aquele momento. Hoje, meu medo é que ele subitamente pare de gostar de mim.

Minha irmã, quando estava no colégio, teve um colega de classe assassinado pela mãe. A mulher também matou os outros três filhos e se matou em seguida. Eu não lembro desse fato, era pequena demais, mas eu e Flávia construímos esse papo numa das nossas conversas profundas e filosóficas familiares. E entramos no quesito amor incondicional. Comentei pra ela que o que sinto pelo Arthur é incondicional. Recebi o SMS aquela madrugada e eu instantaneamente passei a amar aquela criança. Logicamente chegamos à conclusão que não existe explicação pra esse amor. Não conhecemos a personalidade da criança, tão pouco se ela é bonita ou feia, burra ou inteligente... Não sabíamos nada além do "estou grávida" e todo o senso de proteção, amor, carinho já estava instalado. Parando pra pensar, isso é muito maluco. Ela me comentou que, ao ser mãe, entendeu a mãe do colega que foi assassinado. Entender não significa justificar. Acho que Flávia não sabia qual era a situação psicológica da mulher, certamente não era uma condição normal. Mas quem melhor que você para criar o seu filho? Você colocou ele no mundo, você desejou ele mais que ninguém (às vezes, mais que o própio pai), você o carregou nove meses, você teve um relacionamento muito íntimo com ele. Você o ama incondicionalmente.

Hoje li essa notícia no G1. Há alguns anos atrás eu teria uma outra opinião sobre o assunto.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Tô maneta!

Cortei a mão direita e levei 5 pontos.
Eu sou destra.
Tiro os pontos em 10 dias.
Eu me mudo amanhã.
A parede do meu quarto continua branca.
Eu viajo sozinha amanhã.
Vou ver meu sobrinho e ele não conhece a palavra "cuidado".

Como cortei a mão: uma porta emperrou em casa e eu cortei a mão forçando a maçaneta.
O gráfico abaixo demonstra melhor que mil palavras:



Pense sobre a maçaneta e coloque virtualmente sua mão direita sobre ela.
Quebre a maçaneta virtualmente.
Execute o movimento de puxar bizarramente a maçaneta para fora quando ela está emperrada.
Foi essa parte aí que eu cortei da mão.

Gran Torino

Esse é o ultimo filme que o Clint Eastwood atua. E, na minha humilde opinião, o papel não poderia ser melhor.
NADA COMO ENCERRAR SUA CARREIRA COMO UM VELHO RABUGENTO!!!! :D


O filme inicia com o velório da esposa de Walt Kowalski mostrando o aspecto rabugento do velho. Esse item é que dá o toque refinadíssimo de humor ao filme. As piadas são de excelentíssimo nível.
Para rechear a história, o filme também retrata a vida de imigrantes chineses, os vizinhos de Walt, nos Estados Unidos. Nas palavras de Sue: meninas vão para a faculdade e meninos vão para a cadeia.
Para fechar a história, o filme mostra a relação de Walt e a família de Thao e Sue.
Tudo começa quando Thao é convidado a fazer parte da gangue de seu primo. A entrada para a gangue é roubar o Gran Torino de Walt. Walt, rato velho do exército americano e vencedor de medalha, percebe que algo está acontecendo e pega Thao dentro de sua garagem. No que vai desenrolando a história, Walt percebe que não é isso o que Thao gostaria e começa dar uma força ao moleque.
Eu acho que o que ele sempre quis ter foi uma família normal: que se comunica, que realmente demonstra preocupação e não apenas se mostra interessado pelos bens existentes. Esse clima família é retratado pela família de Sue e de Thao em diversas situações e ele participa desse sentimento lá, mesmo com seu jeitão carrancudo.
Eu fui muito cativada pelo Walt, principalmente pela evolução dele. Aos poucos, ele vai te conquistando. Ele deixa mostrar um lado que talvez ele nunca tenha mostrado à sua própria família por motivos que não estão no roteiro e você percebe que, no fim, ele apenas quer paz e carinho no seu fim de vida. A cena do reaparecimento de Sue é de deixar qualquer um de pernas bambas e, por conta de estar cativado por Walt, o seu sentimento é o sentimento dele.
O final é excelente. Walt, apesar de velho, mostra que ainda tem os tchans que aprendeu nas guerras em que esteve.
Eu só não gostei do fim, afinal, eu fui cativada pelo velho. Grrrr pra você.