segunda-feira, 10 de maio de 2010

O que ficou d'A Liga ou esse é o meu disk chocolate

A Band lançou um novo programa terça-feira passada: A Liga. A idéia é mostrar a realidade de uma certa situação do ponto de vista de quem vive nela. O lançamento girou sobre o tema morador de rua. De boa, pra mim, não mostrou nada do que eu não soubesse. A diferença é que eu não preciso passar pelo que os moradores de rua passam. Uma coisa que me chateia nesse tipo de programa é que ele apenas expõe o problema colocando questões muito pertinentes que caibam na situação retratada, mas não te dá nenhuma dica de como colaborar pra tentar melhorar o que já está.

Ao terminar o programa, eu fiquei pensando sobre o dar ou não esmola, dar ou não comida pra alguém que te pede na rua. E os pensamentos, aos poucos, foram indo, indo, indo até que cheguei na seguinte conclusão: o problema de discrepância social está e é tão enraizado na sociedade que simplesmente não existe solução.

Explico: desde lá do tempo do Jesus, descrito na Briba, desde lá se fala que os reis que tinham tudo e o povo que tinha nada e que a renda não era distribuída corretamente. E talvez até desde antes disso. Não tenho muito conhecimento histórico pra comprovar que, talvez, se a Igreja Católica não tivesse realizado as Cruzadas, hoje a história seria diferente. A história da humanidade já começou subvertida e o passar do tempo fez com que a coisa descambasse cada vez mais. Dentro do meu pensamento a única solução viável que apareceu seria começar tudo de novo, mas acho meio difícil.

Com certeza, várias pessoas falarão que tal ONG conseguiu esse resultado, a outra ONG conseguiu aquele resultado. E eu não estou aqui pra tirar esse mérito dessas ONG. Mas o que elas fazem, infelizmente, não é solução. É remendo pra um problema que não tem solução. Não vai ser Bolsa Família, não vai ser PAC, não vai ser a maravilhosa notícia de que o Brasil é o país número um em investir corretamente o dinheiro público que vai brotar uma solução.

Porque eu acredito que você só passa para a próxima geração aquilo que você conhece.

Conhecer: v.t. Transitivo. Ter conhecimento de; fazer ideia ou ter noção de; ter relações com alguém; ter visto ou visitado;saber; avaliar; apreciar.

Em uma das missões do programa, uma das repórteres estava com um bando de moleques no Rio de Janeiro. Moleques que não tiveram carinho, atenção, respeito e dignidade dos pais. Moleques que preferiam estar na rua do que estar em casa. Moleques que eventualmente vão conhecer sexo, sexo vai ser sem proteção, sexo que pode gerar outro rebento como eles, rebento que será mais um. Existem exceções? Existem, a reportagem mostra um casal que buscam sua dignidade dentro do que eles têm, o moleque fotógrafo do Cidade de Deus também, mas eles não são a regra.

Porque eu acredito que existe um aspecto que jamais será alterado na humanidade: a índole.


Índole: s.f. Propensão natural, disposição, inclinação. Gênio, caráter, temperamento.

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