O bom de mudar de casa é a sessão desapego. Tudo que eu não uso ou que não tem mais serventia vai fora. O gostoso disso é passar a sessão desapego pros sentimentos também. Eu, quando quero pensar nas minhas coisas, arrumo meu armário. Parece que cada coisa vai caindo seu lugar. As conclusões, as raivas, os amores, as saudades, por mais que doam, são aceitas de uma forma muito mais prática e incisiva.
Tive um final de semana interessante e que me mostrou o quanto não vale a pena correr atrás. Não vale corrida, não vale o cansaço, não vale o tempo que se gasta. Costumo julgar as pessoas pela coerência entre falar, fazer e ser. Acho que isso é o certo a fazer: juntar o que se fala com o que se faz. Isso monta quem você é. Eu me cobro muito disso. Considero de total importância ser sincero e falar a verdade quando é necessário e não sou adepta de pequenas ilusões. Se dá, dá. Se não dá, não dá. Preto no branco.
Sei exatamente até que ponto eu me desapego de alguns aspectos. Ainda dói. Eu não queria que fosse assim. Sempre gostei de rosas, mas os espinhos são muito cruéis. Já foi muito pior, eu já fui muito mais conformada.
Pra quem não sabe, essa é o oitavo apartamento em 12 anos que moro em Porto Alegre.
O bom de mudar de casa é, realmente, a sessão desapego.
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