segunda-feira, 13 de outubro de 2008

La Maraton de Buenos Aires

Eu não vou contar que a é a minha segunda maratona como equipe de apoio, que foi super legal, que eu tive companhia da Margarete (a esposa vo Wilson, ex-paciente da minha irmã), que tínhamos um motorista pra nos levar nos 10, 20, 30 40 e chegada; que eu fiz amizade com alguns cachorros na Boca, que eu fiquei super emocionada, que eu perdi dinheiro e quase tive que mendigar no aeroporto; que, nessa hora eu lembrei que não habilitei o cartão de crédito pra ser usado internacionalmente, que tava tudo muito caro e eu não trouxe uma gota de álcool, que eu fui usada de laranja pelas minhas irmãs para elas usarem os banheiros dos estabelecimentos das mais diversas guloseimas hemanas, que o mais tarde que eu acordei nessa viagem foi às 9h da madrugada no sábado, que no domingo eu acordei às 5h30 e na segunda às 3h30; eu tomei remédio às 17h e ele começou a fazer efeito umas 20h e eu dormi no salão de embarque e que, quando eu acordei, havia uma fila gigantesca de gente embarcando; que, na volta, eu dormi no salão de embarque e tive de colocar relógio pra não perder o vôo, que um guri desmaiou no vôo de volta e atrasou todo o processo, que eu tive de parar de ouvir o nerdcast pras pessoas não acharem que eu tava rindo do guri. Não. Eu não vou contar isso.

Vou contar que minhas irmãs são duas trambiqueiras portuñolmente falando.
E isso rendeu as melhores cenas da viagem.

No táxi indo para Palermo. Vivi: "Es muy lontano de aqui?"
No restaurante. Vivi: "Y para nooooooOOOOOOOOS, pollo de campo", com direito à onda de volume ascendente nos ôs.
No hostel. Vivi: "No. La reserva es para mi".
No hotel. Vivi: "250 dores". Estiquem o a ao falarem dores. O atendente sem dentes retruca "250 lares."

Teve uns furos da Fá, mas eu não lembro porque a Vivi era mais eloquente nessa parte.
Mas a mais sensacional de todas foi quando fomos marcar meu ônibus pro aeroporto.

Lá foram as irmãs trapo no Manuel Tienda León levar a Fá porque ela ia embora. Estávamos nós no caixa e as meninas portuñolando com o vendedor. Eu lembro de apenas ter aberto a boca pra falar o horário do vôo: "mañana a las siete y media". E aí era tal de o cara falar, a Vivi entender uma coisa, a Flávia outra, era um tal de tira dinheiro, "Não é pra pagar agora", guarda dinheiro, e tira dinheiro de novo, "Cómo se llama el hotel?" "Flávia".
Com essa, o cara me pega pela mão e diz "Venga conmigo, así nosotros no perdemos tiempo, si?"
Eu tava meio chapada da bombinha da asma (logo antes eu tive uma bela crise, a única da viagem) e não entendi na hora.
Rapidinho, ele me fez a reserva, tivemos apenas um mal entendimento do horário por conta de ser madrugada e bingo, estou com o número da reserva na mão. Chega a Flávia e a Vivi: "precisa pagar agora?" NOT!
Aí é que eu fui me dar conta que o cara me tirou dali porque as espertas estavam fazendo uma confusão com o portuñol e o cara se irritou com isso. Logicamente, ao entender, desatei a rir e expliquei o que aconteceu.

Lição do dia: fale em português se você não fala espanhol. Mas não fale como se o hispano-hablante fosse um retardado mental.

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