quinta-feira, 7 de junho de 2007

Baccolino, o cão que vai resistir

O Bacco é o meu primeiro sobrinho canino. Ele é um salsicha. Eu que escolhi o nome. Minha irmã Fá queria um nome de deus grego. Bacco foi o que ela mais gostou. Lembro como se fosse hoje aquele ratinho pequeno cor de pinhão no braço da minha mãe...

Hoje, a Vivi tava passeando com os dois sobrinhos caninos, o Bacco e o Otto (também salsicha). Na frente do prédio onde elas moram tem um posto de gasolina "abandonado" que é "cuidado" por um rotweiler. O posto é cercado por placas de compensado. Passando por ali, o rotweiler rompe a parede de compensado e se atraca no Bacco. Pega ele pela cintura e sacode até não poder mais. A Vivi se desesperou, começou a gritar, enquanto o pequeno Otto tentava se avançar no rotweiler pra proteger o irmão. Isso pedurou durante algum tempo até alguém se indignar pra ajudar, parar e dar uma paulada no rotweiler pra ele soltar o Bacco. Acho que o pequeno já estava inconsciente essa hora. E até conseguir alguém pra dar uma carona até um hospital veterinário foi outro parto.

A Vivi me contou tudo isso chorando no telefone. Eu quase tive uma síncope, mas tive de ser forte e acalmar a menina. Tudo que ela dizia era "a culpa foi minha! a culpa foi minha!". E não foi! Ela teve uma putz boa vontade de levar os pequenos pra passear. A culpa é do irresponsável que deixa um rotweiler treinado pra morder tudo que ver solto apenas preso por uma parede chulé de compensado!

Resultado: o pequeno está inconsciente depois de um tempo de cirurgia. Ele teve perfuração no pulmão (que não foi tão grave), muita perda muscular no tórax por conta das fraturas nas costelas. Temos de esperar pra ver como o Bacco vai reagir. Cachorro tem muito germe. Como ele teve hemorragia interna e pelas coisas da cirurgia, temos de torcer pra ele ser mais forte e não ter infecção. E o pior: ninguém pode ir visitar pra ele não se agitar... Os pontos da cirurgia estão um pertinho do outro...

Tudo bem, foi só um cachorro. Mas, e se o rotweiler se grudasse na minha irmã? Ou em alguma das crianças que vivem brincando ali por perto? Pior que, a primeira coisa a se fazer, é sacrificar o bicho. Tem de sacrificar o dono, isso sim. É de instinto do bicho. Ele não tem culpa de nada. Se ele o dono dele não tivesse a mesma evolução mental que seu cachorro e deixasse o bicho  preso em uma corrente, nada disso teria acontecido. Pra mim, cachorro vale mais que gente por vezes. O Bacco com certeza. Assim como o Kid era, o Bacco é um bom cão. Dos dois sobrinhos caninos, ele foi o único que, durante a gestação da Fá, lambia e cheirava a barriga. Depois que o Arthur nasceu, ele se desespera tanto quando a gente quando o baby chora. Fica ali do lado na hora do banho, quer saber tudo que acontece com o irmão humano.

Agora ele está lá, passando por mais uma ruim. Mas ele vai resistir. É um cão forte, companheiro, brincalhão, safado, carentão... É o meu Baccolino.

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