terça-feira, 22 de julho de 2008

Você já teve um pedido de música atendido pelo seu ídolo? Eu já.

Aprendi a gostar de Kevin Johansen com Machado.
Aprendi a gostar de Jorge Drexler com Kevin Johansen.
O mais legal de tudo isso é que nós quatro adoramos Caetano.



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Ontem foi o xô do homem. Aguardei cada diazinho como se faltasse muito. Sempre.
Saí do trabalho. O ônibus demorou. Cheguei a achar que o xô era às 20h, mas era às 21h mesmo.
Sentei na minha poltrona na terceira fila na lateral. Aguardei o início do xô.
E eis que o homem entra em palco.
Pega seu violão.
Começa a cantar.
E preenche o Teatro.

Muita banda por aí não tem um décimo do carisma e simpatia que o Drexler tem.
Não existem palavras pra descrever a presença de palco dele. Só estando lá pra saber.
Eu nunca tinha visto isso.

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Começa a tocar Guitarra y Vos.
Começo a chorar na minha parte preferida.
Fin.

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E chega uma das horas mais aguardadas do xô: o pedido da música.
Eu tenho um carinho muito muito grande por Salvapantallas principalmente pela intimidade que ela traz.
Talvez seja minha música preferida de Drexler.
E eu estava na hora certa, no lugar certo, com o timing simplesmente perfeito para gritar "SALVAPANTALLAS!".

- Pues, fala o homem com seu portuñol. Una dona de la segunda fila pediu Salvapantallas. Faz tanto tempo que eu não toco porque é una canción muy aguda. Salvapantallas fué una música que fiz para mis hermanos. Somos en quatro hemanos.

Foi quando fez todo o sentido a frase: "Vamos al mar, vamos a dar guerra con cuatro guitarras. Vamos pedaleando contra el tiempo, soltando amarras. Brindo por las veces que perdimos las mismas batallas."

- O mais lindo!, alguém fala da platéia
- No, no, no..., ele sorri, a mais linda es mi hermana.

E começa a tocar.

E eu começo a chorar.
Fechei o olho e lembrei das minhas irmãs, das minhas ermãs, do meu amor, da minha mãe, de todas as vezes que perdi as mesmas batalhas que eles, de todas as amarras desamarradas, de cada catinho da minha vida que foi devidamente preenchido com um sorriso.

Realizei um dos meus sonhos: ouvir Salvapantallas ao vivo.
E com bônus: eu que pedi.

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Entra Vitor Ramil.
Eles tocam Eco.
Pilar, pra você.
Tá tosco e é só o inicinho, mas foi lindo. Pra continuar com a sina do xô do Bobby McFerrin, minhas pilhas acabaram.
PORÉM com uma melhora: consegui tirar cinco fotos com a câmera!



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Soledad.
Ele senta na borda do palco e canta sem microfone.
A galera junto.
E eu, ali, cantarolando, com a cabeça apoiada na mão, o cotovelo no descanço de braço.
Sorrindo, óbvio.
Ele olha pra minha direção, vira a cara na mesma posição que a minha cara estava virada, sorri e volta ao normal.

Acho que era meu dia.
Voltei pra casa sorrindo.
Simplesmente não conseguia parar de sorrir.

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