quinta-feira, 5 de março de 2009

Who wants to be a millionaire?

I do!
Mas, dessa vez, quem ficou foi o Jamal Malik.

Slumdog Millionare (Quem quer ser um milhonário), adaptado do livro Q & A do autor indiano Vilkas Swarup, é o ganhador do Oscar de melhor filme de 2009. E com honras, na minha opinião. Eu amei Milk, mas ele não devia ganhar o Oscar. Ele merece ser do Slumdog Millionare. Ainda não vi Doubt, O Leitor e o outro que eu não lembro o nome. Depois de vê-los, certamente continuarei a pagar pau pro Slumdog Millionare. O filme é divino.


Ele reúne de uma maneira muito tocante os três elementos que movem o mundo: dinheiro, amor e fé.

Jamal é um órfão favelado que é selecionado para a versão indiana do Show do Milhão. E mais: ele vence.
Toda a mágica do filme reside exatamente no fato de como ele vence.
Ele tem apenas um objetivo na vida e faz dele seu norte: o amor.
Ele possui apenas um sentimento no coração que lhe dá forças pra viver, sobreviver e perseguir seu objetivo: fé.
O que ele não possui é dinheiro.
Mesmo assim, Jamal e seu irmão, Salim, vão vivendo juntos do jeito que cada um sabe e julga correto. A entrada de Latika na vida dos irmãos os divide e faz com que o filme e os personagens evoluam.

Aqui vai meu parabéns ao pessoal do casting: o olhar dos três atores que interpretam Jamal nas três fases da vida retratadas no filme é o mesmo. Isso é determinante no personagem. Enquanto isso, percebe-se direitinho a diferença de caráter entre Jamal e Salim. Nas três fases mostradas.

Compara-se muito as favelas retratadas aqui com as de Cidade de Deus. As favelas mostradas no filme, em questão de pobreza, não perdem em nada pra de Cidade de Deus. Pobreza é pobreza. Falta de saneamento, displicência dos governantes, alta natalidade e falta de condições apenas trocam de língua.
O detalhe que eu acho que a maioria perde é que a Índia é superpopulada. Period.

E a principal diferença entre as favelas e, logicamente, entre os povos, é a questão da religião. A grande massa da favela indiana é muçulmana e isso é muito presente na vida indiana. A parte de prática da religião não é quase mostrada no filme, mas a questão de acreditar em Deus e em destino sim.

Eu me identifiquei demais com Jamal. Meus pais não faleceram, mas, de certa forma, me sinto órfã. Nunca tive 0 dinheiro, mas sempre houve pouco. Precisei, em um ponto da minha vida, que alguém me acolhesse (mas o Gôgui nunca teve a intenção de me cegar). Assim como na vida de Jamal, aos poucos algumas coisas tomaram seu lugar. Aos poucos, ele fez com que outras coisas entrassem no seu lugar. O que não pode ser mudado, teve de ser aceito. O que não foi aceito, teve de ser mudado. Talvez nossos objetivos sejam os mesmos. Talvez a fé que temos em fazê-lo tornar realidade seja a mesma. Ele teve o final que queria.

Maybe it's written.

Nenhum comentário:

Postar um comentário