terça-feira, 17 de março de 2009

Sabe quando você é pequeno e sonha com uma coisa? Um dia, você cresce e realiza aquele sonho?
É mais ou menos essa a sensação.


Quase não haviam câmeras ali, não? Foto by Ana Elisa Mello

Um dos meninos que mora comigo me disse: "Viu que vai ter show dos Backstreet Boys no Brasil?". Eu tremi. Me veio na mente a cena de quando eu era adolescente, que eu amava muito o BSB, que eu fiquei muito muito triste quando eu não pude ir no show deles em 2001. Naquela época eu mal tinha onde cair morta e o show foi no Maracanã e no Morumbi. Pessoas acamparam na entrada durante semanas.
Ô inveja.
Assim que eu ouvi que ia ter show e ao lembrar de tudo isso, sentei na escrivaninha e fiz contas. Vi que ia falir. Passei alguns dias pensando sobre isso.
Conclusão: dane-se.


Eu tenho umas fotos parecidas com essa!!! Foto by Paloma Moraes

Fui no shopping e comprei o ingresso mais caro. Na minha mente, não havia outro ingresso. Além do preço do ingresso, mais 20% dele de taxas. Muito obrigada, Ticket Master, por me comer 70 reais para somente imprimir meu ingresso. Ok, tem o custo da menininha que vende os ingressos aqui, mas isso não interessa!!! Mesmo com isso, não senti culpa nenhuma por falir.
Senti a falência chegando quando fui ver o preço das passagens. O show de São Paulo era na quinta. Praticamente impossível de ir, sem contar que o show era no estacionamento do Credcard Hall. Já que era pra gastar, resolvi ir pro Rio. Ao pesquisar preços, lembrei que tinha um crédito de uns quase 400 reais na Varig pra gastar. Contando que ia ter de pagar a remarcação de cada trecho, esse crédito caia pra quase 300 reais. Dane-se. 300 reais são 300 reais. Lá fui eu ligar pra Gol, aguardar 15 minutos pra ser atendida, ter a ligação derrubada, ligar de novo, aguardar mais 15 minutos pra ser atendida, reclamar que a ligação caiu e, enfim, ter minha passagem comprada. Agora que a Varig e Gol se encontram mais integradas, meu crédito que era de quase 400 permaneceu de quase 400 e não precisei pagar remarcação!!! No fim, a passagem saiu bem baratinha.

Daonde eu tava, não tinha como tirar foto disso direito. Foto by
Paloma Moraes

Chegou o dia.

Peguei o ônibus (morrendo de medo) por indicação do Afonso pra ir pro Citibank Hall. Passeei por meia Rio de Janeiro pra chegar lá. Meu hostel era na Praia de Botafogo; e o local do show, na Barra da Tijuca. Ao subir no ônibus, perguntei pra cobradora se o ônibus passava na frente do Via Parque.

- Não. Esse ônibus pega a Ayrton Senna e faz o retorno.

Primeiro pensamento: quero matar o Afonso.

- Mas eu quero ir no número 3000. Passa perto?
- Passa perto, mas você vai ter de descer e caminhar um pouco.

Segundo pensamento: continuo querendo matar o Afonso.

Sentei e fui curtindo a vista. Até descobrir que sentei do lado errado do ônibus. Então eu vi prédio, prédio, prédio, rocha, rocha, rocha, pé da favela da Rocinha, pé da favela do Vidigal, rocha, rocha, prédio, prédio, prédio. E aquele povo esquisito subindo no ônibus. Tranquilamente level uma hora pra chegar no local. Desci do ônibus por volta do número 2200. Foram os 800 metros mais longos da minha vida. E olha que eu fui quase correndo.


Na minha cabeça, a trilha de Rocky rolou solta. Foto by Paloma Moraes

A fila da pista vip tinha tranquilamente umas 2k pessoas na minha frente. Eu sabia que devia ter chego lá umas 15h. Mas tava um calor do cão! Eu ia desidratar muito. Além de passar muito calor. Livrando-me desse pensamento, fiquei muito muito feliz de estar na fila.
O show começou pontualíssimo! Talvez com uns 5 minutos de atraso. E numa animação total. Os Boys envelheceram logicamente. Não são mais aqueles piazinhos de 10 anos atrás, mas a animação é a mesma. Cantando mesmo, sem dublar, dançando, pulando...
Nick se fazendo pras meninas da primeira fila, Brian sempre simpático (o mais simpático de todos, IMO), A.J. envelhecido pra caramba por conta das drogas e da bebida e Howie sempre falando "my name is Howie D." (como se a gente não soubesse).


DOI baixando no show. Foto by Paloma Moraes

Eu vi muito menino lá. Muito menino hetero. Com sua namorada. Cantando as letras. Esquisito demais.
Tocaram todos os clássicos em forma de medley. E uns medleys muito legais. Algumas versões de música, como o final de Inconsolable em versão de dançar. Ficou ótima. Tocaram as mais legais do Unbreakble.
O show acabou e eu estava de alma lavada. E não vejo a hora de ir novamente. Eles estão pra lançar um disco novo esse ano e já prometeram uma passadinha pelo Brasil na nova turnê. Vou à falência de novo sem pensar duas vezes. E prometo chegar cedo pra pegar lugar na primeira fila para melhores fotos. Desde que o show não seja em estádio. Descobri que prefiro shows em locais menores. Parece mais intimista.


Brian imitando Nick. Foto by Paloma Moraes

Pra voltar, os táxis estavam cobrando nada mais nada menos que 90 reais. Olha pra minha cara. Mas como não era eu quem ia pagar (né, irmãs), tava lamentando-me por elas. Eis que vejo uma plaquinha pra cima "Zona Sul".

- Passa na Praia de Botafogo?
- Passa.
- Vamos pessoal! Lá no fundo.

Bela descrição de onde o transporte estava. Era uma van. Paguei 10 reais. Katcheen!
Enfim, eu não reclamei "não tocaram tal". Minha emoção era tão grande que eu achei que não faltou música. Depois, conversando com as pessoas da van que voltei, percebi que não tocou My Beautiful Woman. Música ótima, mas nada de sangria desatada que ela não foi pro setlist. Na van, conheci umas meninas que foram no show de São Paulo e no do Rio e disseram que o do Rio foi muito melhor: eles estavam mais animados e mais arrumados. Há boatos que esse show vai virar DVD.

Até o próximo show, amiguinhos!


Me acha aí no meio... ;) Foto by Paloma Moraes

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