domingo, 22 de outubro de 2006

Cidreira: o destino das divas

Copiando o estilo do blog do Marlon (quem lê, parece que ele só viaja NBSEC), eis aqui o relato da minha viagem pra praia. Lu e eu, sem mais nada para fazer na quinta-feira dia 12, decidimos ir à praia no sábado, dia 14. Detalhe: nós odiamos areia, mas estávamos decididas, animadas e felizes com nossa viagem. Acordamos às 7h. O dia prometia segundo a previsão do tempo: cedinho da manhã já tinha sol e nenhuma nuvem no céu. Arrumamos nossa mochila:
- protetor solar;
- hidratante;
- bolsa de praia;
- canga(s);
- toalha;
- palm (para ouvir música);
- livros;
- casaco;
- coisas da bolsa do dia a dia.
Tudo pronto. Quando fui pegar meu dinheiro, quem disse que eu achava meu cartão do banco. Perdi meu cartão do banco. Mas não deixei isso abalar o dia maravilhoso de hoje. Pegamos o fuscão e nos mandamos para o litoral. Destino: Pinhal.
Fomos pela RS-040. Apesar do pedágio, que lixo de estrada. Mal cuidada, os acostamentos piores ainda. Tudo isso por módicos R$5,10 na ida e na volta. A única coisa linda da RS-040 é o túnel verde que, apesar da privatização da estrada, continua ali firme e forte. A ida foi regada de músicas de gosto duvidoso. E algumas de bom gosto para compensar as de gosto duvidoso. Chegando em Pinhal, fomos procurar um Banco do Brasil. Quem disse que Pinhal tem Banco do Brasil?!?! Pegamos informação com um motoboy e ele disse que só em Cidreira tinha Banco do Brasil. Destino: Cidreira.
Chegando em Cidreira, achamos o caixinha do banco e fomos para a praia. Arrumamos nosso cantinho e no que deitamos nas cangas, o vento resolveu atuar. Resultado: peeling grátis durante 40 minutos. O vento estava tão forte que nem conversar a gente conseguia. A areia invadia nossa boca. Mas o importante aqui é que vencemos nosso ódio pela areia e ficamos lá durante 40 minutos!!! Que evolução. Com muita fome e de saco cheio de peeling, fomos almoçar. Muitos botecos estranhos e vazios e um restaurante cheio e bonito. As divas entraram nesse aí, óbvio. O almoço era até bom. Muitas saladas e bastante prato quente por R$10. E nós precisávamos de um plano. Não podíamos voltar pra beira da praia pra tomar sol. Não dava. O vento estava muito forte e gelado. E mulheres conversam. Minha grande idéia: vamos invadir um quintal! Destino: um quintal invadível.
Começamos a procurar um quintal para invadir. Vimos vários quintais invadíveis, mas nenhum parecia aconchegante. Ficávamos com medo de chegar ali e tomar posse do cantinho por algumas horas. Ninguém sabe por que, a Lu resolve entrar em uma das ruas paralelas à avenida principal. Olhamos à esquerda e tem um belo de um quintal invadível e na casa um cartaz escrito "vende-se".
- Pode estacionar ali, Lu. É aqui que vamos ficar, eu disse
- Mas será que não tem problema?
- Tem um cartaz de vende-se! Não tem ninguém aqui!
E não tinha mesmo. Fazia um bom tempo. O quintal da casa da frente já estava fazendo inveja às árvores da redondeza. Esticamos nossas cangas, pegamos nossas tralhas e tomamos sol ali mesmo. Delito: invasão de propriedade privada.
Como tudo é high-tech, controladinho no relógio, 30 minutos durava o rodízio das divas no sol. Ao olhar no terreno da frente, quem vemos? Um obreiro. Bom, pelo menos fizemos a boa ação do dia e deixamos o obreiro nos olhar enquanto tomávamos banho de sol. Tava ali tomando sol e pensei: "pô, bem que podia ter uma música". TCHANS! Uns vizinhos mais adiante colocaram bem alto umas músicas de gosto bem duvidoso. O lugar que escolhemos para deitar era o local perfeito. Batia sol direto e o vento fazia a curva ali. Os muros da casa amenizavam a velocidade que ele vinha e o vento virava uma brisa. Então, a gente não sentia que estava tostando. Conclusão: um quintal invadível com sistema de refrigeração perfeito sem areia, sol à vontade e música de gosto duvidoso. Tudo perfeito para nossa tarde de sábado ensolarado. Até então.
A Lu é branquela e estava ficando camarão. Ela resolve, então, pegar um casaco dentro do carro.
- Tu tá com a chave do carro?
- Não. Quer ajuda pra procurar?
- Não precisa. Eu viro a mochila aqui.
Instantes depois...

- Não sei cadê a chave do carro.
Depois de invasoras de propriedade privada, viramos arrombadoras do nosso próprio carro. Perguntamos pros vizinhos onde estaria o chaveiro mais próximo.
- No centro de Cidreira.
- Ah, droga...
- Mas tem uma mecânica aqui atrás da quadra.
A Lu vai ali e traz o (bem bonitinho dono de olhos azuis) Johnny. Ele nos ensina a puxar o pino do Fuscão.
Delito: arrombo de carro.
Não fomos muito bem sucedidas nessa tarefa. A Lu chegou a colocar o aramezinho bem pertinho do pino. Mas não conseguimos. Enquanto nós usávamos o aramezinho, o Johnny foi e voltou com um molho de chaves gigante. Primeira chave, nada. Segunda chave, nada. Terceira chave... EEEEEEEEEE!! Conclusão: como é fácil arrombar um fusca. Agradecemos o Johnny, que não deixou que nós o pagássemos. Não vou comentar que a Lu estava de minissaia e eu de blusa e biquini.Assim que recuperamos a posse do Fuscão, coloquei minha saia e fomos tomar um sorvete. Nos dirigimos para Pinhal. Quem disse que Pinhal tem sorveteria?!?! Conclusão: Pinhal é uma "praia" de merd*. Acabamos tomando um picolé no posto de gasolina mesmo. Abastecemos o carro e começamos a viagem de volta pra Porto Alegre. Meio cansadas, avistamos o quilômetro 69 da RS-040.
- Vamos tirar foto no quilômetro 69?, pergunta a Lu.
- Acabamos de passar da placa.
- Ah. A gente volta. A pista tá vazia.
- Tá. Então. vamos voltar.Fizemos o retorno no meio, literalmente, da rodovia e eis as fotitas.
Perceba meu talento fotográfico. E a desculpa que tirar foto no palm é complicado não cola porque a foto que a Lu tirou ficou muito melhor que a minha. Voltamos bem tranqüilas pela estrada. Paramos em uma bodega na estrada pra comer algo, pois o sono estava começando a pegar. Volta de viagem é sempre bem menos agitada que a ida. Colocamos o palm pra tocar músicas, viemos mais silenciosas, dando algumas risadas. claro. E o dia foi um sucesso. Tudo bem planejado, o sol colaborou muito. Paramos para abastecer. A Lu se animou com o sambinha que estava tocando no posto e ficou sambando enquanto esperava para pagar. Uns caras no carro do lado, vamos dizer assim, apreciaram o momento. Eu estava dando uma voltinha em Marte, perdi. Essa foi a descrição que ela me deu.
Chegamos sãs e salvas e matutando o próximo passeio das divas.
The end.

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